Na sequência do concurso Orçamento Participativo (OP) Escolas 2015/16, a escola Secundária Martins Sarmento aceitou o desafio lançado pela Câmara Municipal de Guimarães e aproveitou esta oportunidade para potenciar o seu projeto “Escola com Pedalada”, assumindo assim um compromisso coletivo neste contexto de mudança de comportamentos ambientalmente mais responsáveis. Com a ajuda do Município, a comunidade educativa dispõe agora de 10 bicicletas na promoção de uma mobilidade mais sustentável, através de um transporte mais ativo; ecológico; independente e lúdico, tendo a cerimónia de entrega ocorrido no dia 9 de junho na presença do vice-presidente da Câmara.
Se atendermos ao estilo de vida frenético que levamos e principalmente aos nossos hábitos de mobilidade preferencialmente motorizada, facilmente percebemos que estes determinam a sustentabilidade da cidade onde vivemos. Sabemos que a transformação desejada (cidade/Cidadão) resultará de uma vontade e de um esforço coletivo e simultaneamente de um processo devidamente pensado e estruturado. O efeito de um modelo desordenado de urbanismo tem consequências conhecidas na vida das pessoas, principalmente no domínio da sua mobilidade. É compreensível o desespero e ansiedade de muitos condutores quando enfrentam o tráfego rodoviário em determinados percursos e horários e quando esta situação caótica se repete continuamente, sem fim aparente. A mudança é desejada por muitos; alguns dispõem-se a pensar na solução para os seus problemas e são poucos aqueles que realmente alteram os seus comportamentos em prol da sustentabilidade.
São as instituições e cidadãos comprometidos com a mudança de hábitos que, através do seu exemplo, deveriam liderar os processos de crescimento e desenvolvimento das cidades no sentido da sustentabilidade. No plano da mobilidade, seria desejável uma oferta flexível e alargada de transportes de modo a possibilitar uma escolha adequada às necessidades individuais, transformando-a numa opção de deslocamento mais racional e eficaz, onde a bicicleta e a pedonabilidade deveriam, como no passado, voltar a assumir um papel de destaque. As decisões no âmbito da mobilidade devem ser cada vez mais “smart”, capazes de satisfazer cidadãos instruídos, criativos, tecnológicos, práticos, críticos e com anseios por soluções mais sustentáveis.
O ambiente e a saúde são duas boas razões para usar regularmente a bicicleta. Outro motivo para andar de bicicleta é que este transporte, segundo os últimos estudos, é o meio mais eficaz de deslocação em ambiente urbano para distâncias até 5 km, principalmente em situação de trânsito. As crianças e jovens que usam a bicicleta e se deslocam a pé revelam mais independência e autonomia na sua mobilidade. Os modos ativos de deslocação (pé e bicicleta) permitem uma autêntica apropriação do espaço urbano, intensificando a relação do cidadão com a sua cidade.
Este estímulo proveniente do OP veio reforçar a confiança neste projeto de educação ambiental orientado para a mobilidade suave. A comunidade educativa terá agora oportunidade de usar a bicicleta quer numa vertente recreativa, ou como meio sustentável e saudável de fazer o percurso até à escola.
Ricardo Lopes - Prof. Educação Física na ESMS, responsável pelo projeto “Escola Com Pedalada” e membro da ERDAL
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